terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

Modelando um Vagão de Serviços da RFFSA



A RFFSA adaptou vários vagões box para execução de serviços gerais de manutenção nas linhas férreas. A técnica aqui descrita tem por objetivo ajudar o modelista a fazer um desses vagões, através da utilização de materiais baratos e que estão disponíveis facilmente em qualquer casa. O modelo em questão é um vagão FRC de bitola métrica, cuja principal modificação (e aquela que confere maior destaque) é o teto de zinco. 


Construção:

Para a construção do modelo, utilizamos o vagão da Frateschi (ref. 2017) que já vem com o logo da RFFSA e o prefixo FRC de fábrica (no caso do modelista não ter os decais necessários ou não quiser alterá-los). 

O primeiro passo é desmontar o vagão e depois retirar os reforços das testeiras. Esse trabalho pode ser feito com um estilete bem afiado e depois de retirado o excesso deve-se lixar a testeira, com lixas de diversas granulações (recomendamos de 120 ou 180 e no final de 600) até ficar bem lisa. Essa fase do trabalho tem que ser executada com muito cuidado pois pode ferir suas mãos. 



Executar o mesmo processo (e com o mesmo cuidado) no teto do vagão. Aqui não é necessário fazer um acabamento perfeito, uma vez que iremos recobrir o teto com alumínio. 




Reconstrução das Testeiras:

Para refazermos os reforços das testeiras, vamos utilizar mexedores de cafés desses encontrados em quiosques ou bares que tem as hastes em forma de trapézios. Cortar as hastes no tamanho de 30 mm e lixar as extremidades em 45 graus. É importante que todos os reforços tenham o mesmo tamanho e o ângulo no final do reforço seja o mesmo para que o conjunto seja uniforme. 






Construindo o teto do Vagão:

Primeiro devemos fazer as telhas onduladas de “zinco”. O material utilizado é alumínio de formas descartáveis tipo “quentinha”. Cortar tiras de alumínio do fundo das formas, no tamanho de 15 por 40 mm, alisando-as com uma caneta ou régua. Cuidado para não rasgar as tiras ou não será possível dar formato arredondado a elas. 


Utilizamos também o teto de um vagão gaiola da Frateschi (ref. 2001) como molde das telhas para o novo modelo. Corte a tira de alumínio (no sentido da largura) no tamanho aproximado de 20 mm por 35 mm. Observe que as telhas de “zinco” não são iguais nem na largura nem no comprimento. 




Pressione com cuidado as telhas no teto já com a massa acrílica (ainda mole) para não estragar o seu formato arredondado e de maneira que a massa entre em contato com o metal. Coloque as telhas uma a uma, lembrando que elas são diferentes e desalinhadas. No final, corte com uma tesoura a última telha para que ela termine junto com o teto do vagão. Se por acaso nesse corte o formato da telha desfizer, volte para o teto do vagão gaiola e refaça o trabalho nesse pedaço que falta.



Depois de instalar todas as telhas, deixe o material secar por 24 horas. Para terminar a confecção do teto faltam somente os rebites. Os rebites no teto formam feitos com fios de latão bem finos e instalados fazendo-se um pequeno furo na telha (e na massa), depois introduza o fio de latão e corte com um alicate apropriado na altura desejada. Para isso a massa acrílica que fica embaixo das telhas de “zinco”, deve estar bem seca. Em volta do rebite foi adicionado um pouco de massa acrílica (a mesma do teto) e posteriormente essa massa foi pintada de preto com um pequeno pincel. 

Adicionando Detalhes:

1 - Pega-mãos: podem ser confeccionados com fios de latão e instalados no teto do vagão (junto ao volante do freio) e nas extremidades do corpo do modelo.

2 - Escadas extras de acesso ao vagão instaladas junto às portas: essas escadas foram obtidas de vagões fechados sucateados ou podem ser feitas de metal (latão).

3 - Volante do freio: em de uma das testeiras foi colada uma base de estireno de 12 mm por 4 mm, previamente furada, juntamente com um fio de latão de 1 mm de e 44 mm de comprimento. O volante do freio é do próprio vagão e foi furado para ser instalado no fio de latão. 

4 - Mangueiras de freio podem ser confeccionadas com cordas de violão ou compradas prontas da Kadee. 

5 - os engates tradicionais tipo alça (que vem de fábrica) foram substituídos por engates Kadee n. 5 conforme as fotos do modelo. 

Pintura e Envelhecimento:


O primeiro passo é retirar as inscrições originais que vem de fábrica. Com um lápis borracha, raspar a superfície do vagão com o cuidado de não deixar marcas. Essa etapa não é necessária caso você decida deixar os números do modelo industrial. A tinta utilizada foi o vermelho óxido aplicado com aerógrafo. 

O teto do vagão foi pintado de duas cores: prata fosco (simulando a cor do metal) e ferrugem (retratando a degradação do material exposto ao tempo). Cada telha de zinco foi trabalhada para retratar o protótipo, obtendo-se um resultado interessante. 




O envelhecimento foi feito com a técnica do giz pastel. Observando-se o protótipo podem ser acrescentados diversos detalhes no envelhecimento que dão a sensação de realidade. Podemos ver algumas manchas na pintura resultado de reformas no vagão (tonalidades diferentes nas cores), pintadas facilmente mesmo com um pincel, uma vez que não são muito extensas. 


Os rodeiros foram usinados para que a flange ficasse mais próxima da realidade. Os engates foram trocados para Kadee n. 5 com o corte dos originais, tipo alça, junto ao truque. Para melhor conservação do modelo e para fixar o envelhecimento aplicar duas demãos de verniz fosco Acrilex em spray. 



As fotos abaixo foram enviadas pela internet sem os créditos de autoria. Caso alguém saiba dessa informação, por favor enviar para que eu possa apontar a autoria.






Publicação 2006